O presidente do Sindicato das Indústrias de Itajubá (SIMMMEI) e presidente da FIEMG Regional Sul, André Luiz Martins Gesualdi, integrou a missão técnica itajubense que visitou o Vale do Silício, nos Estados Unidos, polo mundial de inovação, tecnologia e empreendedorismo. A visita à cidade de San Francisco e região, Califórnia, aconteceu entre os dias 2 e 9 de dezembro.
A missão foi organizada pelo Sebrae da Microrregião de Itajubá. Além de Gesualdi, a comitiva foi composta: pelo prefeito, Rodrigo Riêra; pelo vice-prefeito, Christian Gonçalves; pelo secretário municipal de Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, Fernando Bissacot; pelo presidente da ACIEI (Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Itajubá), Carlos Eduardo Alves; pelo presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), Georges Kallás; pelo reitor da Unifei (Universidade Federal de Itajubá), Dagoberto Alves.
Também participaram da missão o diretor da Unifei, Edson Pamplona; a diretora do Centro de Empreendedorismo da Unifei (CEU), Juliana Caminha; o gerente da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá (INCIT), Maurício Bitencourt; e a gerente do Sebrae, Elaine de Fátima Rezende.
Confira abaixo a entrevista com André Gesualdi:
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Como você avalia essa viagem em importância para a cidade?
Avalio de forma muito positiva, em vários aspectos. Como é de conhecimento de toda a comunidade, há mais de 20 anos iniciamos o projeto Itajubá Tecnópolis, que nunca se concretizou da forma desenhada e isto sempre foi um pouco frustrante.
Recentemente criamos a INOVAI – Associação Itajubense de Empreendedorismo e Inovação, que era uma das peças faltantes neste processo em Itajubá.
A missão técnica ao Vale do Silício foi composta por membros fundadores da INOVAI e nos deu a oportunidade de nos conhecermos melhor, entendermos a visão de cada um neste processo, alinharmos ideias sobre o que fazer e onde atuar, além de nos permitir interagir e conhecer pessoas e ambientes que vivem inovação 24 horas por dia. Mais do que isso, fortaleceu os laços das entidades envolvidas em todo este processo: Prefeitura, Universidade e instituições, que se separadas, já queriam o melhor para Itajubá; agora, podemos dizer que, juntos e em total sinergia, seremos mais fortes para buscar este melhor. Não poderia deixar de citar uma frase de nosso ilustre prefeito Rodrigo Riêra: “Precisamos ter paciência, tolerância e humildade, com ação e união”.
Em suma, foi uma experiência fabulosa em um ambiente dominado por startups, incubadoras e aceleradoras de empresas, dentre outras coisas. Ouvimos e vimos muito de Cidades e Espaços Inteligentes.
Quais foram as atividades realizadas e em que locais?
Tivemos oportunidade de visitar várias entidades e empresas de renome internacional, onde pudemos aprender, e muito. Tivemos reuniões, palestras e visitas na Embaixada Brasileira, na APEX, nas Universidades de San Jose e Santa Clara, Prefeitura de Palo Alto, e nas empresas LinkedIn, Amazon Web Services, ReadWrite, Airbus A³, Outsource BR, Hitachi Ventara, dentre outras, além de um encontro com o diretor de Desenvolvimento da Embraer no Vale do Silício. Também tivemos uma vista importante na Siva Power.
Você destaca um local que foi muito importante de terem conhecido?
Não tenho como destacar um local específico. Todas as atividades foram importantes, sem exceção, porém, por razões óbvias, as universidades para a UNIFEI e a Prefeitura de Palo Alto para nossa prefeitura. O mais importante foi a visita ao Vale do Silício e a nossa experiência juntos.
Algum acordo, proposta ou projeto foi firmado nessa viagem?
Tivemos algumas reuniões privadas envolvendo a UNIFEI e Prefeitura, e ninguém melhor do que eles para, no momento e de forma adequada, relatarem o que foi tratado.
Houve questionamentos de quem pagou a viagem. Disseram que era tudo por conta do Sebrae. Mas algumas entidades pagaram as despesas de seus representantes. Como foi no SIMMMEI?
São questionamentos normais e temos que aceitar o “disseram”. Não somos iguais, não pensamos de maneira igual e não temos a mesma visão. O SEBRAE foi e é um grande parceiro de Itajubá, sempre apoiando as ações que julga importantes. Esta foi uma destas ações que apoiou, juntamente com as demais entidades participantes. Além de pessoas participantes que assumiram despesas de forma pessoal. Não é importante para nós se um ou outro pagou mais ou menos. Tudo foi feito em prol de Itajubá e seu futuro. O SIMMMEI é parte disto. Tenho absoluta convicção que, juntos, nós da INOVAI e sociedade, poderemos construir uma Itajubá melhor.
Não posso deixar de citar também um comentário muito valioso de um dos membros da missão inspirado no Papa Francisco, que ilustra bem nosso objetivo: “Viemos porque acreditamos que podemos servir…. viemos porque queremos servir.”
Itajubá realmente tem potencial para o perfil tecnológico?
Não tenho a menor dúvida. Itajubá é tecnológica e tem total potencial para crescer neste ambiente de inovação e empreendedorismo, e já o fazemos. Porém, não posso deixar de mencionar, que o Vale do Silício não pode ser replicado. Temos que conhecê-lo profundamente e daí tirar lições e aprendizado para adaptar à nossa cultura, à nossa capacidade financeira e ao nosso ambiente. Esta missão nos ajuda a ter uma melhor visão deste todo, nos ensina, e muito, sobre todo este ambiente, e nos permite ter um olhar melhor para este momento novo de Itajubá. Precisamos amadurecer e ganhar massa crítica, isto é, mais e mais pessoas envolvidas trabalhando com um objetivo maior, que é nossa Itajubá.
Qual a próxima tarefa dessa comitiva?
Se entendermos que a comitiva é o grupo formado pelos representantes das entidades fundadoras da INOVAI, poderia dizer que teremos muitas tarefas, começando por assimilar todo este aprendizado e, em nossas reuniões periódicas, traçarmos nossos próximos passos, dentre eles, as ações de curto, médio e longo prazos, com consciência, determinação e alinhadas com o objetivo comum, que é nossa Itajubá e seu desenvolvimento sustentável.
Fonte: Agência Contexto