O Sindicato das Indústrias de Itajubá (SIMMMEI) promoveu, em 15 de abril, treinamento com o tema “Prevenção e Controle do Uso Indevido de Álcool e de outras Drogas no Ambiente de Trabalho”. O objetivo do evento foi orientar os gestores das empresas associadas quanto aos programas de prevenção existentes e a necessidade de manter campanhas educativas sobre o tema.
“Vimos que, infelizmente, o uso de drogas é muito comum entre os trabalhadores. O problema atinge todas as classes sociais, em todos os setores da empresa. Precisamos ficar atentos e demonstrar disposição para resgatar os bons funcionários, que tanto trazem contribuição à empresa”, afirmou Bruna Chiaradia Cantelmo da Silva, gerente geral da Alfresa, empresa que fabrica peças para transformadores de energia e usinagem.
Já Igor Souza Nogueira Oshiro, supervisor de produção da unidade RMG da Alstom Grid, declarou que existem casos assim nas empresas. “È muito difícil quando notamos que o trabalhador possui problemas e acaba se envolvendo com essas substâncias; muitas vezes não conseguimos agir corretamente nesses casos”, disse. Ele também ressaltou que as empresas precisam conhecer as técnicas para enfrentar essas situações. “Devemos oferecer tratamento e oportunidade de recuperação”, completou.
Prevenção
Para a gerente do SIMMMEI, Sandra Márcia Cortez Ribeiro, essa é uma realidade vivenciada no cenário empresarial e, por isso, o Sindicato das Indústrias decidiu abordar o tema com os gestores das empresas associados. “Os colaboradores que fazem o uso indevido de drogas e álcool geram prejuízos para as empresas, colocam em risco sua segurança e dos demais funcionários, afetando a saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho”, afirmou.
A palestra foi ministrada por Roque Hudson Pena, diretor da Contexto Consultoria Clínica, empresa especializada em prevenção, controle e tratamento de dependentes químicos. Ele destacou a reflexão das empresas e do Sindicato quanto ao uso das drogas pelos trabalhadores e pontuou as principais dificuldades encontradas nas indústrias.
“Existe uma estimativa sobre o assunto: em torno de 70% a 80% dos trabalhadores consomem algum tipo de droga. Desses, 12% tornam-se dependentes e passam a desobedecer as normas das empresas. É preciso uma política de restrição e um tratamento mais eficiente para evitar grandes danos e perdas”, informou.
“Os trabalhadores têm dificuldade em pedir, sentem-se envergonhados e constrangidos. Na verdade, não estão preparados e desconhecem a gravidade do problema”, relatou a psicóloga Rosane de Caiado Costa, que também participou do encontro.
A psicóloga disse ainda que o uso das drogas está relacionado, muitas vezes, com a afetividade e as relações interpessoais. “A empresa deve entender que a recuperação é um processo permanente e que exige o compromisso do dependente, da família e da indústria”, completou.
Durante o encontro, foram debatidas as etapas de evolução da dependência química. Os participantes receberam instruções para a implantação de um programa de prevenção e controle do uso indevido das drogas e álcool. Esse instrumento é importante para dar respaldo legal nas ações corretivas que podem ser tomadas pelas empresas.
Fonte: Contexto Assessoria em Comunicação